Em um conselho de classe, falei despreocupadamente sobre a turma que sou conselheira. Estava dizendo que, em princípio, eu não gostava da turma, que eles eram bagunceiros e tal. Daí um dia nos descobrimos queridos e passamos a nos dar muito bem. Tanto que agora, tenho muito orgulho de ser conselheira deles.
Mas o ponto dessa história foi a minha frase: "Um dia nos descobrimos queridos". Todas as pedagogas e psicopedagogas presentes quase morreram com ela. Anotaram, fizeram comentários e adotaram para o seu repertório de frases poéticas (!?).
Daí me obriguei a ficar pensando no que eu disse. Porque foi sem querer. Eu só quis dizer que descobri que meus alunos são queridos e que gosto deles e eles descobriram que eu sou querida e que gostam de mim.
Não sei se concordo com elas, acho que minha frase é muito simples, sem nenhuma pretensão de ser poética ou pedagógica. Mas esse momento de fama me levou a pensar em outras coisas.
Há quanto tempo não descubro que novas pessoas são queridas? Há quanto tempo não me descubro querida? Há quanto tempo descubro pessoas que eram queridas e deixaram de ser?
Acho que devemos dar mais chances para novas pessoas (e porque não para as velhas pessoas também?) mostrarem que são queridas e que podemos ser também. Devemos abrir nossos olhos e ver que amigos, ou apenas conhecidos que seja, nunca são de mais. Sempre podemos e devemos aumentar o número que pessoas no nosso coração.
Sejam queridos com alguém hoje.
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