"That's not my name"

Claro que eu não fiquei de fora da modinha e também fiz um reels com "todos os nomes" que me deram. Infelizmente, isso coincidiu com um período que eu estou meio atravessada e contribuiu para várias reflexões existenciais.

Existe um "eu" para cada nome que me chamam? Cada "eu" tem sua própria personalidade? Cada "eu" é uma personagem? Se cada um for uma personagem, quem sou eu de verdade? O "eu de verdade" seria a junção de todos esses "eus" nomeados pelos outros? Eu sei como é o meu "eu de verdade"? Eu tenho coragem de conhecer o meu "eu de verdade"?

Quando participo de situações em que as pessoas pedem para que eu me apresente, a primeira coisa que eu digo é: Eu sou professora de literatura. Mas eu não acho certo me definir pela minha professora. A Linn da Quebrada disse algo sobre isso quando se apresentou para os colegas de BBB. Ela disse: "Eu sou filha dessa e desse". Mas eu não sou apenas filha da Jussára e do João. A soma deles dois resultou em muito mais do que eles tinham com eles. A Linn também disse que ela é o fracasso de tudo o que esperavam que ela fosse. Mas sobre isso eu nem posso comentar, porque apesar da empatia, eu nunca entenderei, de fato, o lugar dela.

E com tudo isso, eu fico tentando descobrir quem eu sou. Tentando descobrir qual nome eu daria para mim mesma. Até agora eu consegui perceber que sou alguém que já viveu 40 anos e que viveu coisas incríveis e inacreditáveis, mas também coisas pequenas e inesquecíveis. Sou uma alguém que tem um olhar diferente para a vida e para as pessoas e acabo me emocionando com coisas que são incompreensíveis para muitos. Eu sou alguém de sangue quente pro bom e pro ruim. E escrevendo esse parágrafo lembrei de uma frase que acho muito certa sobre mim: eu sou uma acumuladora de carinho.

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