Meu avô Olavo não foi um poço de virtudes e talvez por isso mesmo tenho histórias ótimas sobre ele. Algumas trazem um lado meio feio, mas minhas tias dizem que ele era aquele que "fazia coisas feias"(leia-se, beber) e também era aquele que fazia cócegas para elas esquecerem o medo do escuro.
Resolvi falar dele porque passei boa parte de terça e quarta observando meu coração e a chuva. Meu coração encolheu, quase sumiu e a chuva caiu quase sme parar. Quando meu avô morreu também choveu muito e percebi que parece que meu chorinho por motivos realmente importantes cai junto com a chuva. Quando fico triste chove ou será que chove quando fico triste?
Foi nessa ligação improvável de pensamentos que lembrei do meu avô. Ele tinha problemas no pulmão, antes de morrer no hospital, ficava com falta de ar estando com o oxigênio enfiado nariz. Uns dias antes de ir pro hospital, e de lá não sair mais, fui visita-lo em casa. Sempre de bermuda, sem camiseta e com um matador de mosca na mão, ele não descansou enquanto não tocou a mini gaita de boca que tinha no meu chaveiro. Meu coração parou, ele com problemas respiratórios tocou uma música inteira. Quem ficou sem ar foi meu pai e eu.
Meu avô teve uma banda com os irmão quando eram novos. Em Livramento eles alegravam todos os bailes. Mais velho, já casado e com filhos, trabalhou na Viação Férrea, ajudou a consruir muitos trilhos por aí. Um dia, chegou em Palomas (interior de Livramento) um trem novo. Todo mundo (imaginem que multidão tinha no interior de Livramento) foi ver a nova máquina. Meu avô, todo metido, entrou na última parte do trem (não chama vagão e eu não lembro o nome), pronto para abanar pro pessoal. Mas alguém esqueceu de engatar onde meu avô estava ao restante do trem.
O maquinista deu o apito anunciando a partida e todos ouviram o barulho do trem começando a andar. Meu avô não percebeu que não estava indo junto com o comboio e, impressionado com a modernidade daquela máquina, gritou sorridente e dando adeus:
- Isso vai que nem se move!!!!!!! (Piada interna das gerações que o seguem).
Resolvi falar dele porque passei boa parte de terça e quarta observando meu coração e a chuva. Meu coração encolheu, quase sumiu e a chuva caiu quase sme parar. Quando meu avô morreu também choveu muito e percebi que parece que meu chorinho por motivos realmente importantes cai junto com a chuva. Quando fico triste chove ou será que chove quando fico triste?
Foi nessa ligação improvável de pensamentos que lembrei do meu avô. Ele tinha problemas no pulmão, antes de morrer no hospital, ficava com falta de ar estando com o oxigênio enfiado nariz. Uns dias antes de ir pro hospital, e de lá não sair mais, fui visita-lo em casa. Sempre de bermuda, sem camiseta e com um matador de mosca na mão, ele não descansou enquanto não tocou a mini gaita de boca que tinha no meu chaveiro. Meu coração parou, ele com problemas respiratórios tocou uma música inteira. Quem ficou sem ar foi meu pai e eu.
Meu avô teve uma banda com os irmão quando eram novos. Em Livramento eles alegravam todos os bailes. Mais velho, já casado e com filhos, trabalhou na Viação Férrea, ajudou a consruir muitos trilhos por aí. Um dia, chegou em Palomas (interior de Livramento) um trem novo. Todo mundo (imaginem que multidão tinha no interior de Livramento) foi ver a nova máquina. Meu avô, todo metido, entrou na última parte do trem (não chama vagão e eu não lembro o nome), pronto para abanar pro pessoal. Mas alguém esqueceu de engatar onde meu avô estava ao restante do trem.
O maquinista deu o apito anunciando a partida e todos ouviram o barulho do trem começando a andar. Meu avô não percebeu que não estava indo junto com o comboio e, impressionado com a modernidade daquela máquina, gritou sorridente e dando adeus:
- Isso vai que nem se move!!!!!!! (Piada interna das gerações que o seguem).
Comentários
O teu! Delicioso!
(suspiro)