Escolhe-se uma roupa confortável e apresentável. Não há necessidade de ficar especial, especial é o que vai fazer. Sabe-se que o dia não é adequado. Uma noite antes teve A festa e aquela não prometia muito. Chega-se cedo para garantir o lugar e puxa conversa com algumas pessoas aparentemente simpáticas e deslocadas.
O tempo passa e as pessoas vão chegando. Bebe-se mais um cerveja e a animação volta. Erra-se, a noite promete sim. Então a música, a dança, o burburinho e o vai e vem começam e começa o ritual. Não se importa se percebem, comentam ou debocham. Concentra-se tanto no desafio que nada mais importa. Por vezes quase perde certas oportunidades, mas com o treino, torna-se ágil para chegar na hora certa, colocar-se no degrau certo.
Passa-se por cada uma... Perguntam o nome, riem, apontam, sapateiam e tomam seu lugar. Dentre esses imprevistos, aflige-se apenas com o problema do lugar, mas logo se resolve. Dá-se uma empurradinha aqui, um encontrão ali e volta para o SEU lugar. O mundo em volta realmente não importa. Aquele breve instante, aquele leve cheiro e a visão, às vezes rápida de mais, do paraíso preenchem sua vida. E vai-se para casa sozinho. Sonhar que está sendo pisoteado.
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