Desgraçospectiva 2008


Assistindo a retrospectiva de 2008 descobri uma palavra que resume o ano: desgraça. Naturais ou não, coletivas ou não, financeiras ou não. Até nas Olimpíadas, um dos poucos pontos positivos, focaram as desgraças.

Enchentes, terremotos, ciclones extra tropicais, crise financeira. Esses foram os males coletivos. Filicídios, infanticídios, corrupções, falhas humanas, perdas de varas. Males individuais. No entanto, a loucura é tanta que nada é na verdade individual. Será que cada um de nós não somos um pouco culpados? Será que cada um de nós não está envolvido de alguma forma com desgraças de 2008?
Estamos num mundo que os pesos e as medidas mudam a cada segundo. Como pode um ladrão preocupar-se mais com o menino encontrado no banco de trás do carro roubado do que os próprios pais da criança? Por que as pessoas que foram protestar na fente do prédio dos Nardoni não vão protestar nas ruas contra nossos políticos? Como o fim de um namoro de adolescentes acaba em sequestro e morte em rede nacional no horário nobre e a menina morta quase uma santa?

Ninguém percebeu que nenhuma cura foi descoberta? Que ninguém se destacou por tentar REALMENTE fazer a diferença? Acho que estamos nos contentando com muito pouco. Eu mesma disse "Quanta desgraça! Ainda bem que eu tenho a minha vida". Mas não são coisas separadas e a minha vida aconteceu (bem ou mal) no meio da desgraça de 2008.

Talvez numa análise menos rasa, possamos dizer que 2008 foi o ano da aprendizagem. Afinal de contas, temos que ter aprendido alguma coisa com todas essas desgraças. Espero que tenhamos aprendido o valor da amizade, do companheirismo, da solidariedade, do cuidado com o próximo, da família, da consciência leve e limpa, da honestidade e, principalmente, da vida.

Lembrando: vida é cada coisinha que acontece a nossa volta. Do barulho do vento, a sentir-se com o coração lotado de felicidade (apesar das desgraças).

Comentários

Simo disse…
Carol, talves o roblema seja que as notícias de desgraça é que façam sucesso...
Eu não acho que 2008 tenha sido um ano só de desgraças, e mesmo parecendo um pouco egoísta, esse ano fiz muitas coisas boas, e coisas boas aconteceram ao meu redor.... Sei lá... Talves esteja a hora de desligarmos um pouco nosas TV's.