tag:blogger.com,1999:blog-209931182024-03-07T23:41:19.495-03:00Muitas coisas de Carol"Era tanto a menina a brincar, quanto a mulher sombria em silêncio".Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.comBlogger260125tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-28224673398271448112022-10-09T08:52:00.000-03:002022-10-09T08:52:56.415-03:00Rede de apoio eleitoral<p> Não foi e não está sendo fácil. Mais uma apuração que eu choro e me desespero. Quase não consegui saber porque eu deveria ir trabalhar, acreditar na educação, postar sobre livros e gravar sobre literatura. Mas em meio à descrença, muitas pessoas surgiram para esperançar meu coração de novo. </p><p>Ainda no domingo, depois de gravar um áudio chorando, recebi vários abracinhos virtuais e corações carinhosos. Na segunda, logo cedo, uma amiga enviou um resumão sobre quem foi eleito, mostrando o crescimento da bancada do PSOL, por exemplo. Outro amigo escreveu uma mensagem dizendo a frase que já é marca registrada dele (e eu sempre acredito): vai ficar tudo bem. Por fim, antes de sair de casa na segunda de manhã, eu peguei um livro para ler que salvou a minha alma. Me ajudou a lembrar que a arte arruma um jeitinho de se infiltrar nas mentes e corações mais fechados.</p><p>E ainda tem o segundo turno com muito medo e pouca esperança (para ser sincera). Perdida, não sei muito bem como ajudar, mas já recebi ajuda. Já fui convidada para acompanhar a apuração na casa de uma amiga. Vou para não chorar sozinha pela terceira apuração seguida ou vou para ter com quem comemorar?</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-84184894631542674342022-08-21T11:24:00.004-03:002022-08-22T09:46:32.501-03:00Calor, maresia e barulho<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEimUzlIyIgxHpfen3Fw_VXzhuPUrpfSyVVF6vXtqXUGDv3N65jgy_yaIYqXy74Ns2DyZk4KLGi0rvfI2YiqqE6i9849b5gNgXYQOTKdecOkxzL7sEIcmeV5WJ-I3t4VUB116E2U1TAOyten6BoC_ilF8oFQAt0kTCXwpjUNvBFEznsmAOmQ2g" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="183" data-original-width="275" height="165" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEimUzlIyIgxHpfen3Fw_VXzhuPUrpfSyVVF6vXtqXUGDv3N65jgy_yaIYqXy74Ns2DyZk4KLGi0rvfI2YiqqE6i9849b5gNgXYQOTKdecOkxzL7sEIcmeV5WJ-I3t4VUB116E2U1TAOyten6BoC_ilF8oFQAt0kTCXwpjUNvBFEznsmAOmQ2g=w247-h165" width="247" /></a></div><br />Calor de janeiro. Dias claros de céu azul. A maresia, a umidade, o barulho e o excesso de pessoas me fazem querer correr para casa, para um quarto escuro. Como se não bastassem todos os quatro tipos diferentes de música alta e os gritos das pessoas, meu filho tem um boneco que fala e faz barulho de metralhadora. Eu sei que a dinda ama, mas a dinda poderia ter pensado na mãe e ter dado um brinquedo sem efeitos sonoros. Um presente sem pilhas: prefiram sempre esse. <div><br /></div><div>Almoço! Essa é a hora que me salva. Vamos para casa almoçar, tirar uma soneca, porque criança pequena precisa de rotina. Vamos! No terceiro segundo de soninho do pequeno, eu pego o boneco, tiro as pilhas e as escondo. "Mãe de merda" já diria o podcast. Não deixo a culpa nem pensar em chegar. Quero e mereço sossego. E vamos combinar, barulho de metralhadora?! Não é auspicioso em ano de eleição.<p>Meu filho se contentou em ele mesmo fazer os barulhos do boneco. Disse que a areia estragou o boneco e que quando voltarmos para casa a gente arruma. Passei a tarde com ele treinando sons com a boca (lembrei do ator de "Loucademia de polícia"). À noite, com a cabeça no travesseiro e, finalmente, o descanso na alma, comecei a ouvir a metralhadora.</p><p>Durante o dia o menino fazia aquelas efeitos, mas e de noite? De onde vinham? Sempre que eu checava, o boneco estava sem pilha, desligado e deitado na cama ao lado do meu filho. Mais nenhuma noite de sossego, mais nenhum momento de cabeça no travesseiro e descanso na alma. Noite e noites caminhando e procurando de onde vinha aquele som.</p><p>Mas uma noite parou. Uma noite em que só ouvi duas coisas. "E as minhas pilhas, Sandra?" seguido de barulhos de metralhadora.</p></div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-63539400181399268982022-07-08T19:20:00.000-03:002022-07-08T19:20:28.691-03:00Escrito em dez minutos<p> Tenho pensado em muitas pessoas. Na história que conheço delas e nas lacunas que vêm até onde estou. Tenho carinho por elas, mas não sei se é uma romantização da infância e da adolescência ou se elas são assim mesmo.</p><p>Sonho muito com essas pessoas e outras mais. Sonho e me canso. Sonho e acho que é um sinal para procurá-las. Há anos decidi dizer algo bom para aqueles que me despertam algo bom. Sinto medo de parecer uma louca em tempos de tanta falta de gentileza.</p><p>Esqueci vários aniversários e ando magoada por, talvez, ter magoado as pessoas esquecidas. Mas não é porque elas não são importantes pra mim. O fato é que lembro delas quando vejo uma determinada cor, quando vejo flores, quando lembro de lugares e quando lembro dos acordos mais loucos.</p><p>Eu que gosto tanto de aniversário lembro das pessoas numa quarta-feira de vento às 15h25 e não no dia especial de seus aniversários. Não é menos amor.</p><p>Será que essas pessoas imaginam que eu gostaria de presenteá-las com um elogio aleatório? Será que sabem que eu lembro de detalhes pequenos do nosso passado e que são importantes para mim? Será que elas têm noção do quanto eu admiro, mesmo de longe, quem elas se transformaram e no que elas fizeram com o que a vida fez com elas?</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-23653957658414684752022-06-05T09:02:00.001-03:002022-06-05T09:02:35.456-03:00O que ela sonhou ontem?<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0k4lP4VPL-MLACEfoYxyisT-QBgWnIuOjwfMrpZQLi7hIoU-QEt6cEXmlIIhyd2JXGg2CTZK-X6fkbAiZMl1jIfQOK8v8s4QWVVX0cjJreFGo8Xs_RKFrrqPCsTyJ8nGmqvoq4CX_2jFo7OH-CTO6rOYfQxI1fLs7V0wrDH8C-QPCf8jqiA/s533/Screenshot_20220605-085342_Instagram.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="533" data-original-width="533" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0k4lP4VPL-MLACEfoYxyisT-QBgWnIuOjwfMrpZQLi7hIoU-QEt6cEXmlIIhyd2JXGg2CTZK-X6fkbAiZMl1jIfQOK8v8s4QWVVX0cjJreFGo8Xs_RKFrrqPCsTyJ8nGmqvoq4CX_2jFo7OH-CTO6rOYfQxI1fLs7V0wrDH8C-QPCf8jqiA/w208-h208/Screenshot_20220605-085342_Instagram.jpg" width="208" /></a></div>Ali sentada, tranquila, lendo seu livro e tomando seu chá. Ali sentada com um sentimento estranho de coisas e amores vividos mas não vividos.<p></p><p>Só ela tem sonhos que deixam saudades?</p><p>Vira e mexe acorda com as lembranças de um sonho que parece um filme. A impressão de que sonhou a noite inteira uma história com começo, meio e fim, mas o fim traz para a vida acordada um sentimento de perda que parece verdade.</p><p>Dessa vez foi um festival. Apresentações de bandas, leituras de poemas, debates sobre livros e exposições de arte. Tudo acontecendo no mesmo lugar, ao mesmo tempo com muitas pessoas por todos os lados. Perdida dos amigos, ficou vendo uma banda afinando os instrumentos para a próxima apresentação. </p><p>Quanta saudade das aulas de bateria!</p><p>Começou a contar para um desconhecido sobre o tempo que fazia aula e a vontade que ainda sente de tocar bateria. Conversaram muito, ele, o vocalista da banda, conta que é a última vez que tocarão. Conversas, olhares, leves toques, um show e um adeus.</p><p>O sonho foi só isso, mas o sentimento de paquera, despedida e interesse ficaram quando os olhos se abriram e agora ela está ali. Ali sentada, com o olhar perdido, o livro colocado de lado e o chá esfriando.</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-40125649421837647612022-05-15T10:21:00.000-03:002022-05-15T10:21:10.689-03:00Duas mulheres. Dois países. Duas histórias.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn5ViewBi67PxKib0RPzaqt3Cb-3KHAuY77gT39e63Q2J0wA2gjLXI9iY48Ut79rRXCGTm6r9T3kW0TelRajjSp83DEaDPZNCiHaZT9PbgJc2g-sVVKJVIVGJhSdApz6PpKbpsVDQYbIy9RwRIT6uyPSFQxb1UHtGOD7gbwBX1IKbBOpeBCA/s1080/Allende%20e%20Eliana.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn5ViewBi67PxKib0RPzaqt3Cb-3KHAuY77gT39e63Q2J0wA2gjLXI9iY48Ut79rRXCGTm6r9T3kW0TelRajjSp83DEaDPZNCiHaZT9PbgJc2g-sVVKJVIVGJhSdApz6PpKbpsVDQYbIy9RwRIT6uyPSFQxb1UHtGOD7gbwBX1IKbBOpeBCA/w235-h235/Allende%20e%20Eliana.png" width="235" /></a></div><br /> O último mês foi de leituras e rotinas e não de escrita. Pensei em textos sobre "o livro do mês", "o não livro do mês", o aniversário da minha mãe e o dia das mães. A vontade de não fazer nada no domingo (dia que eu me dedico a esse blog) venceu qualquer criatividade, inspiração, lembrança ou sentimentalismo.<p></p><p>Veio o mês de maio e com ele uma desorganização absurda nas leituras dos clubes do livro. Livros que eu não tenho e que não tive como retirar na biblioteca. Mas não foi por falta de tempo nem por esquecimento, foi porque eu tinha dois livros em casa que eu queria ler mais do que tudo.</p><p>Primeiro foi o livro "Solitária", da Eliana Alves Cruz, lançado nesse mês mesmo. Para alguém desavisado, poderia ser considerado um livro diferente dos outros da escritora, uma vez que esse último se passa no tempo presente. Para os olhos e mentes mais atentos, "Solitária" retrata, mais uma vez, a história do Brasil, a história dos negros e negras escravizados no nosso país. A solitária não precisa ser apenas uma cela na prisão, pode também ser uma senzala, um quartinho em um cortiço, uma meia água em uma favela ou o quarto de empregada em uma cobertura.</p><p>Segundo foi o livro "Violeta", da Isabel Allende, lançado em janeiro desse ano. Do outro lado da escala social, as personagens de Allende são a família dona da cobertura, com as aparências, tradições e hipocrisias necessárias para a sociedade chilena (apenas a chilena?). Aqui temos mais pontos de vista sobre a ditadura no Chile, seus perseguidos e perseguidas, as torturas e as feridas ainda abertas.</p><p>Eliana e Isabel. Brasil e Chile. Escravatura e ditadura. Cada livro lido, uma aprendizagem, uma cobrança, uma revolta, um mea culpa. Em cada livro percebemos que tanto aqui quanto lá as histórias se repetem. Com a obra dessas duas mulheres incríveis fica cada vez mais clara a ideia de que quem não sabe história acaba por repetir ou permitir que se repita as piores coisas que o ser humano foi e ainda é capaz de fazer.</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-50706302881875342802022-03-27T10:24:00.000-03:002022-03-27T10:24:44.271-03:00Bateria 0%<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGatO8otNGL21YLmk2XQgvbZ_sK6RdYjLGKHWBXCKQYPys3g7l9F_8gExhHtaxxOumyDmqxIAjFP-bRkSoMv4z1rS3SyUdxeZdg3UF3mWxxb8H1LTNbai7KPTJSU-posGq4KrAMJjXYdHbROS_SjDqYK8Ffsz78RZBoqilMKaN1ijldnKsmA/s1080/Bateria%20fraca.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGatO8otNGL21YLmk2XQgvbZ_sK6RdYjLGKHWBXCKQYPys3g7l9F_8gExhHtaxxOumyDmqxIAjFP-bRkSoMv4z1rS3SyUdxeZdg3UF3mWxxb8H1LTNbai7KPTJSU-posGq4KrAMJjXYdHbROS_SjDqYK8Ffsz78RZBoqilMKaN1ijldnKsmA/w238-h238/Bateria%20fraca.png" width="238" /></a></div> Que semana! Como eu me senti desanimada, frustrada, sensível, ofendida, intolerante, desernegizada. Fiquei sabendo que não foi um privilégio meu. Muitas pessoas dividiram comigo que essa semana estava sendo muito pesada.<p></p><p>Semana que vem ainda é março! Esse primeiro "mês útil" costuma demorar para passar, mas esse está sendo infinito. Para quem emendou um ano ano outro, o feriado de carnaval correu para o mês de março se arrastar. Readaptação, reencontro, retorno, reforço, retrabalho. Todos esses "res" deram ré na passagem de tempo e o nível de cansaço está equivalendo ao de novembro.</p><p>Uma semana nublada! Como é difícil ficar sem a luz do sol. Não questiono a temperatura. Não estou escolhendo entre o inverno ou verão. Sinto falta da luz, da iluminação natural do dia, dos raios de sol. Minhas baterias são de energia solar.</p><p>Tantas obrigações! Há muitos anos, eu passei por um período em que só fazia as obrigações da vida e abandonei as coisas que me davam prazer. Desde então me prometi não fazer mais isso comigo mesma, mas essa semana eu falhei na missão. Todos os deveres foram cumpridos, parabéns! Que dedicada! Mas a animação foi embora. Não me permiti ir na academia, ver amigas, ver família, comer algo diferente, ler meu livro no vento, ter ataque de riso, dormir tarde. Não se repetirá!</p><p>Com toda a realidade bizarra, cruel, miserável, triste e complicada, eu me permiti cair. Tudo bem! Mas caída não ficarei. Eu quero e gosto de ser animada.<br /> Eu sei dividir obrigações e prazeres e sempre consegui tempo para tudo. Vou continuar sendo assim!</p><p>Mas é uma pena não poder colocar a culpa no mercúrio retrógrado.</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-65118735452895775262022-03-06T12:05:00.000-03:002022-03-06T12:05:34.449-03:00Xixi livre!<p> Mês passado, eu estava na plateia do programa "Saia Justa". A Astrid Fontenelle estava entrevistando a humorista Maria Clara Gueiros. A produção explicou que quando a entrevista terminasse, seria aberto para a plateia fazer perguntas para a convidada.</p><p>Como vocês sabem que eu sou bem metida, fui a primeira a levantar a mão e quando recebi o microfone já sabia qual seria a minha pergunta: Por que o meu xixi é trancado?</p><p>As mulheres do programa não me decepcionaram. Falaram sobre como desde criança a menina escuta "segura", "não senta", enquanto o menino coloca o pintinho pra fora atrás de uma árvore e pronto. Levantaram o ponto de como o patriarcado e todo o machismo estrutural em que vivemos comandam até as nossas bexigas. Maria Clara terminou me deixando algumas palavras de apoio: gata, teu xixi é livre! </p><p>E foi assim que, aos 40 anos de idade, eu acordei às 5h30 da manhã fazendo xixi na cama. Um pingo no colchão, uma poça no chão. Um pulo da cama, banho, passada de pano no chão e volta a dormir.</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-89040735117558300232022-02-28T11:02:00.002-03:002022-02-28T17:58:53.192-03:00"Quanto a mim serei poesia até o fim"<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjnz_yFDvCOrgGBQ-8L_r8hxAmX3tL4FhbDF9kGfLI3YI6rnp09OljnLHcvpOl0PHmP5YtOPrJrjmfcAUO0LitwewiA0IiBGViaVpatjLf1Pd478jaFVngijQGivh9IU0Dfmj4skH0E9xKSBF60GZatzoYZh9aTxRe9H71j-RqDQa1RwhwWrg=s1080" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjnz_yFDvCOrgGBQ-8L_r8hxAmX3tL4FhbDF9kGfLI3YI6rnp09OljnLHcvpOl0PHmP5YtOPrJrjmfcAUO0LitwewiA0IiBGViaVpatjLf1Pd478jaFVngijQGivh9IU0Dfmj4skH0E9xKSBF60GZatzoYZh9aTxRe9H71j-RqDQa1RwhwWrg=w260-h260" width="260" /></a></div><br /> A cadeira de Teoria Literária me ensinou a analisar um poema. Foi uma das coisas mais sensacionais que aprendi na faculdade. A metrificação, o esquema de rimas, o encadeamento dos versos, o uso das classes gramaticais, as sinestesias, as metáforas e as hipérboles (não poderiam faltar). Infelizmente, acho que tudo isso contribuiu para que eu olhasse para os poemas com olhos menos sonhadores e, assim, virei uma péssima leitora de poesia.<p></p><p>Nos últimos anos tenho me esforçado para ler mais poemas, mas fiquei no conforto do Drummond e do Bandeira. Dei uma de corajosa e encarei a obra completa da Maya Angelou, driblei a Rupi Kaur e me joguei nos braços da Ryane Leão e seu "Tudo nela brilha e queima". Seus "poemas de luta e amor" e as seis ilustrações da Laura Athayde capturaram meus olhos e meu coração por 24h, nas quais eu só pude ler, mais nada.</p><p>Poemas de amor, de abuso, de força, de ancestralidade me fizeram retomar emoções, memórias e histórias que estavam em algum lugar, precisando ser revisitadas. Existem coisas que, por mais desconfortáveis que sejam, não devem ser esquecidas: as mulheres que nos construíram; a felicidade que sentimos agora sem nos preocupar com ela no depois; as relações que não aceitaremos mais em nossas vidas; e as certezas que trazemos no coração e a dureza da vida tenta nos tirar.</p><p>Ryane Leão diz que "a literatura também é uma arma/ a mais carregada /a mais poderosa" e com o poder de sua escrita, me reencantei pela mulher que sou e por todas que me cercam e me cercaram.</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-36141968173816828622022-02-13T12:45:00.002-03:002022-02-13T12:45:33.997-03:00"That's not my name"Claro que eu não fiquei de fora da modinha e também fiz um reels com "todos os nomes" que me deram. Infelizmente, isso coincidiu com um período que eu estou meio atravessada e contribuiu para várias reflexões existenciais.<div><br /></div><div>Existe um "eu" para cada nome que me chamam? Cada "eu" tem sua própria personalidade? Cada "eu" é uma personagem? Se cada um for uma personagem, quem sou eu de verdade? O "eu de verdade" seria a junção de todos esses "eus" nomeados pelos outros? Eu sei como é o meu "eu de verdade"? Eu tenho coragem de conhecer o meu "eu de verdade"?</div><div><br /></div><div>Quando participo de situações em que as pessoas pedem para que eu me apresente, a primeira coisa que eu digo é: Eu sou professora de literatura. Mas eu não acho certo me definir pela minha professora. A Linn da Quebrada disse algo sobre isso quando se apresentou para os colegas de BBB. Ela disse: "Eu sou filha dessa e desse". Mas eu não sou apenas filha da Jussára e do João. A soma deles dois resultou em muito mais do que eles tinham com eles. A Linn também disse que ela é o fracasso de tudo o que esperavam que ela fosse. Mas sobre isso eu nem posso comentar, porque apesar da empatia, eu nunca entenderei, de fato, o lugar dela.</div><div><br /></div><div>E com tudo isso, eu fico tentando descobrir quem eu sou. Tentando descobrir qual nome eu daria para mim mesma. Até agora eu consegui perceber que sou alguém que já viveu 40 anos e que viveu coisas incríveis e inacreditáveis, mas também coisas pequenas e inesquecíveis. Sou uma alguém que tem um olhar diferente para a vida e para as pessoas e acabo me emocionando com coisas que são incompreensíveis para muitos. Eu sou alguém de sangue quente pro bom e pro ruim. E escrevendo esse parágrafo lembrei de uma frase que acho muito certa sobre mim: eu sou uma acumuladora de carinho.</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-58093476368843409222022-01-30T10:01:00.000-03:002022-01-30T10:01:13.502-03:00"A biblioteca de Paris" - Janet Skeslien Charles<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgh6aB1aohJ-aRvYva1RCkBkrdXbwvZHvfHRJrY10fOBhiCgw8L23eTHAyiaXBkEEAkaC3t1wzzbpYrGR7WzQcNCO0uFjbhHH_7CBOFfk3l1YW2CQDBvLF8HwIFYQIbOQMolLRTKu0vhebOXGUyrWJsRlh228w3Fp17mw6pA8hOl5KsihOxmg=s280" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="280" data-original-width="180" height="201" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgh6aB1aohJ-aRvYva1RCkBkrdXbwvZHvfHRJrY10fOBhiCgw8L23eTHAyiaXBkEEAkaC3t1wzzbpYrGR7WzQcNCO0uFjbhHH_7CBOFfk3l1YW2CQDBvLF8HwIFYQIbOQMolLRTKu0vhebOXGUyrWJsRlh228w3Fp17mw6pA8hOl5KsihOxmg=w130-h201" width="130" /></a></div>O livro conta a história de duas vizinhas nos EUA. Odile, uma senhora francesa que vive solitária e Lily, uma adolescente passando pela perda da mãe e todas as mudanças que isso e a adolescência trazem. O enredo intercala entre 1939 em que Odile enfrentou as dificuldades da Paris invadida pelos nazistas durante a 2° Guerra Mundial e 1983 em que ela constrói uma amizade com Lily, ajudando-a a compreender seus desafios. <p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgKvpqJRO1flmDIIE-nq9bdyDyjWZyJ-n2aRvN_9TeAWncRLPavblIMVXyHPReeobLmoPkAvIHWYaBQt5w3eOrUzaSx8Ig9RpsZJXT2mrK5kq3dLPweIFYQgYFxDlkGD81NaKFb1t0y8-i5F6v1Kpd2nMHl9FYsm2suqXQV_2zd1Lziwe3uzA=s287" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="176" data-original-width="287" height="118" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgKvpqJRO1flmDIIE-nq9bdyDyjWZyJ-n2aRvN_9TeAWncRLPavblIMVXyHPReeobLmoPkAvIHWYaBQt5w3eOrUzaSx8Ig9RpsZJXT2mrK5kq3dLPweIFYQgYFxDlkGD81NaKFb1t0y8-i5F6v1Kpd2nMHl9FYsm2suqXQV_2zd1Lziwe3uzA=w193-h118" width="193" /></a></div>Baseado em uma história real, temos contato com alguns personagens que representam pessoas que tiveram uma grande importância para os leitores da Biblioteca Americana em Paris. Apesar de muitos funcionários serem estrangeiros e correrem risco de morte por serem considerados inimigos dos alemães, a biblioteca nunca fechou suas portas. Eles organizaram envios de livros para os soldados franceses. Quando os associados judeus foram expulsos de suas casas e proibidos a frequentar a biblioteca, foi lá que eles foram acolhidos e protegidos.<br /><p></p><p>O livro é, de fato, muito bom e envolvente, mas o que gostaria de destacar é um ponto histórico que muito me impressiona e causa curiosidade: as mulheres tosquiadas. Entre 1943 e 1946 houve na França um movimento chamado "Épuration légale" (purgas legais).</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjpcef5U_h2hwMEVI9rlCfXsASODpxhFVw7YHuXamnhRSgZ5grrSv2IwBFUs2euXQzhQpsgNZMkFfZkTdclu7d6L7Nwf1Qy08L9yhmUfdtS_18v_FGnpgRt5vOa1Iqepbd4DOB6TudpprROGJqS8e5DaJlZ7d_UH9vezxzwE4EcLpA9TmhcUQ=s610" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="352" data-original-width="610" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjpcef5U_h2hwMEVI9rlCfXsASODpxhFVw7YHuXamnhRSgZ5grrSv2IwBFUs2euXQzhQpsgNZMkFfZkTdclu7d6L7Nwf1Qy08L9yhmUfdtS_18v_FGnpgRt5vOa1Iqepbd4DOB6TudpprROGJqS8e5DaJlZ7d_UH9vezxzwE4EcLpA9TmhcUQ=s320" width="320" /></a></div>As mulheres francesas (geralmente prostitutas e jovens mães, cujos maridos morreram na guerra) tinham seus cabelos raspados, eram obrigadas a desfilar nas ruas e eram até linchadas publicamente por serem acusadas de "colaboração horizontal". Elas eram despidas e marcadas com a suástica com tinta ou ferro quente e poderiam ficar na prisão de seis meses a um ano. Estima-se que 20 mil mulheres passaram por isso.<p></p><p><span style="text-align: center;">Esse tópico aparece de maneira muito rápida, mas é algo que me deixa muito pensativa. Quem foram essas pessoas tão cheias de qualidade e de caráter inabalável que se acharam no direito de condenar mulheres que para não verem seus filhos morrerem de fome se relacionaram com os alemães? Quem são essas pessoas que se acharam no direito de condenar mulheres que por serem prostitutas não escolhiam a nacionalidade de seus clientes? </span><span style="text-align: center;">Quem são essas pessoas que se acharam no direito de condenar mulheres que por se sentirem abandonadas, solitárias, carentes, tristes, desesperadas se apaixonaram por soldados nazistas?</span></p><p><span style="text-align: center;">Quero estudar mais sobre isso, porque não sei responder essas perguntas nem entender muito bem. Mas, caso vocês tenham ficado tão curiosas quanto eu, deixo aqui mais duas indicações: o filme "Suíte francesa" e o livro "A biblioteca mágica de Paris".</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><p><br /></p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-45840502033396277662022-01-23T11:25:00.002-03:002022-01-23T11:25:36.209-03:00O que faz a vida valer a pena?<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg6yfXI6JTtuE4hIbpcvMYUdOU504tyGktWqr9dYksYil4WI6kkrtylRSr0r8CdnAq1Eo3PFPL0_ZzJuskHA4a8gCy19p4IUHBD7DDnz4yJ3PCGVY01pm0ymZKEJNsaQz_e26ezHbq8LsK7X3LdJbVUKoyWdkR-aqUsKnlfWUCOaUVn-29YFw=s1040" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1040" data-original-width="780" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg6yfXI6JTtuE4hIbpcvMYUdOU504tyGktWqr9dYksYil4WI6kkrtylRSr0r8CdnAq1Eo3PFPL0_ZzJuskHA4a8gCy19p4IUHBD7DDnz4yJ3PCGVY01pm0ymZKEJNsaQz_e26ezHbq8LsK7X3LdJbVUKoyWdkR-aqUsKnlfWUCOaUVn-29YFw=s320" width="240" /></a></div><br /> Essa semana eu li "A biblioteca da meia-noite" e coloquei um post lá no Instagram com a pergunta que vem na contracapa do livro e é título desse texto. Ao fazer o post, pensei em colocar a minha resposta na legenda, percebi que não ia caber e vim pra cá.<p></p><p>Eu tenho duas linhas pra responder essa pergunta. A primeira é bem simples: as coisas pequenas. Animar-se com as coisas pequenas. Valorizar aqueles e aquelas que estão sempre ao nosso lado. Ler/ assistir/ouvir algo que nos preencha o coração. Encarar cada momento como um possível aprendizado. Ter ataques de riso e de choro. Ser um bom exemplo. </p><p>Essa lista são coisas que eu faço ou tento fazer sempre, tipo na quarta-feira às 15h34 da tarde. Na maioria das vezes eu tenho uma empolgação que beira o infantil. Qualquer coisa que eu precise fazer, eu faço com o coração disparado e me orgulho muito dessa energia toda. Nada passa em branco, tudo é um evento e, assim, eu tenho muita história pra contar.</p><p>A outra linha é mais difícil, eu ainda não consegui "dominar" totalmente e, ao meu ver, está conectado à ideia de "ser um bom exemplo". Um dos poucos objetivos de vida que eu elaborei pra mim é fazer com que o meu discurso e as minhas ações sejam idênticos. É bem difícil! Eu só cobro de alguém aquilo que eu sei que eu faço. Quando eu peço para os meus alunos e alunas terem um comportamento é porque eu sei que eles e elas veem essa postura em mim. Eu tropeço na fofoquinha e quando julgo as decisões de alguém por basear naquilo que são minhas prioridades. Pra esses momentos, eu tenho uma frase que sempre falo em voz alta: "E estamos todos certos".</p><p>Apesar das escorregadas, eu tenho me saído bem nesse caminho, tenho sincera vontade de melhorar mais e também a humildade de reconhecer os erros. Apesar de alguns arrependimentos, principalmente ligados à língua solta, rápida e afiada, minha vida tem valido muito a pena.</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-7931489283201237212022-01-16T12:25:00.000-03:002022-01-16T12:25:24.740-03:00Vícios e a minha saúde ocular<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEidggMMtaWGI1YusHrIJVVSI9oKWN7b53rGYL5p7ZQpEd31BRnQrJEwMbkGlSGEXMrXoIolNsaZGvCUQhMEL2X9xg6L9yGWQR2JkGafqvpP_p6z5uMjWjdkG_Wbz3RwzrVLIt0ouW8xx-OPX9OCkhF_cd2qNRsKFzCCU9jKbtoa1jwJ2j5Wzw=s1600" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="181" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEidggMMtaWGI1YusHrIJVVSI9oKWN7b53rGYL5p7ZQpEd31BRnQrJEwMbkGlSGEXMrXoIolNsaZGvCUQhMEL2X9xg6L9yGWQR2JkGafqvpP_p6z5uMjWjdkG_Wbz3RwzrVLIt0ouW8xx-OPX9OCkhF_cd2qNRsKFzCCU9jKbtoa1jwJ2j5Wzw=w136-h181" width="136" /></a></div> Quando fui fazer a preparação para o tratamento do hipertireoidismo, o médico perguntou se eu fumava, pois o tratamento com iodo radioativo pode prejudicar a saúde ocular dos fumantes. Mesmo não sendo fumante, meus olhos foram afetados e eu deveria usar um colírio quatro vezes por dia.<p></p><p>Deveria do verbo "eu acabo esquecendo de usar". Só lembro quando o olho está ultra ressecado, ardendo, vermelho e quando começa a me dar dor de cabeça. O problema é que, quando eu pisco, meus olhos não fecham e isso faz com que eles fiquem ressecados.E o problema é que o meu único vício usa e abusa dos meus olhos: ler.</p><p> Em 2020, fiquei um período só com os canais abertos da TV e foi quando eu perdi o hábito de assistir televisão. Assisto alguns canais no YouTube, escuto alguns podcasts, mas na maior parte do meu tempo em casa eu leio.</p><p>Nas duas primeiras semanas de janeiro, eu li cinco livros. Praticamente um livro a cada dois dias. Daí me dei conta que estava demais e antes que meus olhos começassem a sangrar me disciplinei com o colírio e estipulei o limite de 30 páginas por dia. Baixei até um aplicativo para ajudar nesse objetivo. Respeitei? Quase! Estou lendo 30 páginas de manhã, 30 de tarde e 30 de noite. Já estou super controlada... e saudável!<br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><p></p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-38424022536021434302021-12-26T12:08:00.000-03:002021-12-26T12:08:22.412-03:00"Eu que nunca conheci os homens" - Jacqueline Harpman<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhbi_0gUyJGMHG82Ma-e8zB4VBgOC8FVB6-KT6vpy16ZUgPMbaxjhfHQTInpYpv6c93mTpva6um1oJBy_bSDOOvd0FPQ_qo2BdZ3Jhc9IHH6-j_i1QTMgX7vl_koqDei1Djj7zDrcMr6qjflCpIlhLjm-wWgd15Sx-JpTxw6h3lCD7hsCaHuQ=s1600" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhbi_0gUyJGMHG82Ma-e8zB4VBgOC8FVB6-KT6vpy16ZUgPMbaxjhfHQTInpYpv6c93mTpva6um1oJBy_bSDOOvd0FPQ_qo2BdZ3Jhc9IHH6-j_i1QTMgX7vl_koqDei1Djj7zDrcMr6qjflCpIlhLjm-wWgd15Sx-JpTxw6h3lCD7hsCaHuQ=s320" width="240" /></a></div>Na feira do livro de Porto Alegre, eu passei na frente de uma banca mil vezes. Mil vezes eu parei e namorei vários livros. Na última vez, decidi comprar esse, cujo calor da capa me incomodou.<p></p><p>A leitura foi corrida. Um ritmo de narrativa que não dá pausa para lanche, instagram nem xixizinho. Li com pressa, insaciável por respostas, pois a cada parágrafo lido uma nova pergunta era formulada na minha cabeça.</p><p>Antes de abrir o livro já é possível saber o essencial e mais louco: "Quarenta mulheres são presas em uma jaula coletiva em um porão, sob a vigilância de guardas que permanecem sempre em silêncio. Um dia, misteriosamente, uma sirene soa, os guardas fogem e as grades se abrem. Entre as prisioneiras, está uma menina sem nome que só conhece a vida lá fora através de lembranças que as outras mulheres aceitam compartilhar. É ela que conduz as demais prisioneiras em fuga, apenas para encontrarem um lugar inóspito e desconhecido". É isso que está escrito atrás do livro e foi isso que me fez compra-lo. Oba! Mais uma distopia.</p><p>Na tentativa de encontrar as respostas que eu estava procurando, tentei desvendar as possíveis simbologias. Quarenta mulheres, uma virgem, símbolo do feminismo, três guardas andando em círculos, costuras, cabelos, planícies... Não cheguei em lugar nenhum. Mas continuei andando junto com elas.</p><p>Enquanto as personagens encontravam novos porões, eu encontrava novas perguntas. Enquanto a menina crescia, amadurecia, tornava-se líder e solitária, eu colecionava questionamentos caminhando para cada vez mais longe das soluções. Quando chegamos na página 188, a última da nossa jornada, a menina (não mais tão menina assim) refletiu sobre seu útero. Eu (não mais tão sedenta por respostas assim) percebi que tudo estava fora do livro.</p><p>Jacqueline Harpman nos trouxe "apenas" a metáfora da vida e sabemos que, quando chegarmos na nossa última página, também não teremos todas as respostas para as perguntas que colecionamos em nossa jornada.<br /> </p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-58405537229632646122021-12-19T10:21:00.000-03:002021-12-19T10:22:07.328-03:00E fora dos stories, tu tá bem?<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiVfG6k8lMxM38RYqB0PIGYGavJcd4ao0mkKmgT2nYBc3AirOMMerT491o-IJc8rEzv3p6xrj7XUxNhVy4vTB5NeSd3LKVIQo9ekb449Gu9DAMErZ_larHY3Lra3SPHWTW80jFkbXujYJ_OUZMrRIN4GRb2Gvs8xhbvCTG1badHUIRLPfBZlQ=s1080" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiVfG6k8lMxM38RYqB0PIGYGavJcd4ao0mkKmgT2nYBc3AirOMMerT491o-IJc8rEzv3p6xrj7XUxNhVy4vTB5NeSd3LKVIQo9ekb449Gu9DAMErZ_larHY3Lra3SPHWTW80jFkbXujYJ_OUZMrRIN4GRb2Gvs8xhbvCTG1badHUIRLPfBZlQ=s320" width="320" /></a></div><br />Eu achei essa pergunta adequada, mas um tanto quanto... sei lá! <p></p><p>As pessoas usam os stories como querem e, às vezes, esse querer é mostrar uma vida perfeita que pode não ser verdadeira. Daí alguém vai lá, olha esses stories e pensa que só a sua vida é ruim e já causa toda uma situação desconfortável na pessoa. E assim temos todo aquele ciclo de tristezas, gatilhos, falta de saúde mental, comparações que estamos cientes que existe.</p><p>Cientes, mas não com vontade real de mudar. Perguntar se fora dos stories está bem é uma tentativa de ajudá-la ou só de jogar na cara dela que ela não é perfeita? Acreditem, ela já sabe disso.</p><p><br /></p><p>Estamos acostumadas a cumprimentar as pessoas dizendo "Tudo?". Tudo o quê?! Quando perguntamos "tudo bom?" nós estamos realmente interessadas em saber? Se a pessoa disser que não, nós estamos dispostas a ouvir e acolher?</p><p>Eu não gosto nem um pouco dessa época do ano. Acho que é muita correria, muita pressa, muito desespero, sendo que o prazo das coisas foi inventado por nós mesmas e é só mudarmos esse prazo. Podíamos tentar fazer diferente, principalmente por causa desse buraco social em que estamos devido ao caos dos últimos anos. Tem muita gente precisando de abraço, amor, reconhecimento e comida. Podíamos fazer algo diferente. Podíamos perguntar: Se fora dos stories tu não estiver bem, pode contar comigo, combinado?</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-33651184227022682122021-12-05T16:36:00.002-03:002021-12-05T16:36:29.243-03:00Quando chega o terceiro ano<p>Quando os alunos e alunas ficam incríveis, vão embora e nos deixam muitas lembranças e saudades. Trabalhar em escola de ensino médio é aprender a dar a deus a cada três anos.</p><p>No primeiro ano, eles e elas chegam na nossa escola possuídos pelo maligno. Na escola antiga, eram o nono ano, os mais velhos e mais velhas. Daí chegam no Olindo achando que são alguém na fila do pão. Testam os limites e a paciência e se tornam insuportáveis.</p><p>No segundo ano, eles e elas já estão mais queridos e queridas. Já conhecem a escola, profs, direção, regras e se sentem mais confortáveis. Alguns passam por um período de desmotivação e exigem de nós profs um pouquinho mais de atenção e se tornam amáveis.</p><p>No terceiro ano, eles e elas estão maravilhosos e maravilhosas. Focados e focadas, vislumbram o futuro que logo baterá na porta. Alguns e algumas têm a "síndrome do terceiro ano": acham que não precisam fazer nada e passarão de qualquer jeito. Outro e outras percebem que essa fase está acabando e se tornam nostálgicos, amorosos e inesquecíveis.</p><p>Nós profs, durante os três anos, ficamos firmes. Tentando lidar com todos os sentimentos, os humores, as rebeldias e os diferentes níveis de dedicação. Nós profs sempre sentiremos saudades dos terceiros anos que vão para o mundo levando um pedacinho dos nossos corações.</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-10946728135753429912021-11-22T22:44:00.005-03:002022-09-22T17:55:21.783-03:00"Hibisco roxo" - Chimamanda N. Adichie<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMHOqMfx1V1379MfNl2SedR6K2IrRGq8aLxNwbheKRonFzwe8XUKXltlDJdNE-LWCJuW4X26kJU0xbkv8lbAtF_4M1s63yS-j9ln0VzOahw6QnvxTBeAT1Eqt50yXRhuXUz2qN/s2048/20211119_191621.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMHOqMfx1V1379MfNl2SedR6K2IrRGq8aLxNwbheKRonFzwe8XUKXltlDJdNE-LWCJuW4X26kJU0xbkv8lbAtF_4M1s63yS-j9ln0VzOahw6QnvxTBeAT1Eqt50yXRhuXUz2qN/s320/20211119_191621.jpg" width="240" /></a></div><br /> Uma casa cheia de luxo, poder, religião, medo, planejamento e violência. Outra casa cheia de amor, bagunça, debate, sincretismo religioso, ancestralidade, livros e necessidades. Entre elas, duas crianças, dois irmãos: Kambili e Jaja.<p></p><p>Entre a casa dos pais e da tia, as duas crianças descobrem não só a realidade social do país, mas também a realidade de sua própria família. Uma realidade lindamente maquiada pela figura grandiosa do pai.</p><p>O pai poderoso rejeitava seu próprio pai por ser pagão. Proibia o filho e a filha de conviver com o avô e castigava-os quando escondiam que haviam passado um tempo com ele. A tia rezava o terço todas as noites e participava das cerimônias de seu povo, admirava a sabedoria do pai e fazia questão que os netos e netas aprendessem com o avô.</p><p>Não foi só a história dessa família que me fez ficar acordada até às 2h30 da manhã para terminar o livro. Apesar de todo o choque provocado pela violência interna e externa desse núcleo familiar. Apesar de um amor adolescente inusitado. Apesar de papéis femininos tão fortes e significativos. O que me fez ficar acordada até às 2h30 da manhã foram reflexões extra livro.</p><p>Como a colonização influenciou, de fato, a religião dos países? Como a colonização criou, de fato, superstições sobre a cultura ancestral de um povo? Como a colonização dividiu, de fato, famílias? Como a colonização destruiu, de fato, a origem e o passados dos povos?</p><p>Eu não sei responder de forma "técnica" essas perguntas. Só sinto que foram uns desgraçados. Culturas riquíssimas foram anuladas pelo desrespeito, petulância, arrogância e ignorância. A religião, junto com o poder político, oprimiu grupos imensos de pessoas e, dentre elas, quantos oprimidos viraram opressores como o pai daquelas crianças. Quantas pessoas realizaram os atos mais desumanos em nome de uma religião que nem era sua, de pensamentos hipócritas, de ações em público opostas às privadas.</p><p>Não sou especialista em Chimamanda N. Adichie, mas dos livros dela que eu li, esse foi, sem sombra de dúvidas, o melhor. É triste saber que o "cidadão de bem" existiu, ainda existe e sempre existirá em qualquer lugar do mundo. </p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-73326967446666967392021-11-14T11:50:00.000-03:002021-11-14T11:50:13.198-03:00Literatura Panfletária<p> <br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTyyQ6itmAZ4bCvcs-ZDr-zRTi7-sF4tF6M60Z1F0UH0RJqpBMkjjB3ZZW9YQ4qqnVWp1TUiZ0vzBkdC3lxqyXLT3FIlHVpk8kLb4RSMgWrrWrR6Edg4Sa6cFwzKL0Zg_twcX5/s1280/Design+sem+nome.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTyyQ6itmAZ4bCvcs-ZDr-zRTi7-sF4tF6M60Z1F0UH0RJqpBMkjjB3ZZW9YQ4qqnVWp1TUiZ0vzBkdC3lxqyXLT3FIlHVpk8kLb4RSMgWrrWrR6Edg4Sa6cFwzKL0Zg_twcX5/s320/Design+sem+nome.png" width="320" /></a></div>Li no Facebook um post de uma pessoa dizendo que não lê nem enaltece as obras que lê em função da cor da pele do escritor. Disse que literatura é e deve continuar sendo arte. Disse que reduzir a literatura a panfletagem é destruir o que Machado de Assis e Lima Barreto nos deixaram.<p></p><p><br /></p><p>Por onde começar?</p><p><br /></p><p>O Romantismo, que talvez tenha sido uma das escolas literárias mais fúteis, tem obras preocupadas com a sua sociedade. Os poetas nacionalistas, de um jeito bem questionável, tentaram construir uma identidade nacional, exaltando o país através de seus poemas. Castro Alves, poeta da 3° Geração Condoreira, percebeu que tinha um arma para lutar contra a escravidão: seus poemas. Em suas palavras, "a praça é do povo" e era em praça pública que ele lia seus poemas a favor da abolição da escravatura.</p><p><br /></p><p>Provavelmente, esse seja o exemplo mais fácil de se dar. Temos tantas outras pessoas que usaram e usam suas escritas para fortalecer uma luta, expressar seus pontos de vista, defender uma causa. Já tivemos Maria Firmina dos Reis, escritora e educadora negra, que publicou seu romance "Úrsula" em 1859. Já tivemos Machado de Assis PONTO. Já tivemos Carolina Maria de Jesus que apresentou a fome e catadores de lixo para uma sociedade que finge que eles são invisíveis. Temos Aílton Krenak, líder indígena e ambientalista, que tenta abrir nossos olhos para o fim do mundo que nós mesmos construímos. Temos Amara Moira, transexual, escritora e professora, que se expondo, expõe aquelas que são fáceis de marginalizar e exterminar por preconceito e desconhecimento. Temos Dona Conceição Evaristo PONTO.</p><p><br /></p><p>A "arte pela arte" falhou fortemente no Parnasianismo. Só serviu para reforçar as diferenças sociais e colocar aqueles e aquelas com menos acesso à cultura cada vez mais longe dela. A "arte pela arte" esvaziou-se de conteúdo e sentimentos, alienando e exaltando o não ser.</p><p><br /></p><p>Sempre que eu puder, vou usar a literatura como uma ponte entre a história do nosso país e a realidade dos meus alunos e alunas. Sempre que eu puder, vou usar a literatura como referência para que qualquer aluno ou aluna tenha em quem se inspirar, em quem reconhecer as conquistas como suas também, alguém com quem eles e elas se identifiquem e com isso aumentem sua autoestima, em quem mostre que eles e elas também podem chegar lá.</p><p><br /></p><p>Não podemos desrespeitar a única arma que muitas pessoas tiveram e ainda têm para lutar por aquilo que acreditavam e acreditam: a arte.</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-86452354078691189132021-11-06T07:31:00.000-03:002021-11-06T07:31:45.163-03:00Não mais<div style="text-align: center;">Eu não sou mais aquela,</div><div style="text-align: center;">Não sou nem essa.</div><div style="text-align: center;">Eu sou esta e </div><div style="text-align: center;">Quem não conhece esta,</div><div style="text-align: center;">Não me conhece mais.</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Aquela encantava-se por palavras e sons.</div><div style="text-align: center;">Essa brilhava por histórias e atenção.</div><div style="text-align: center;">Esta gosta da realidade e do que tem no coração.</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Todas empáticas, doavam-se.</div><div style="text-align: center;">Esta empática, ajuda quem pede,</div><div style="text-align: center;">Doa-se a quem merece,</div><div style="text-align: center;">Reconhece o recíproco.</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Todas preocupadas, lutavam.</div><div style="text-align: center;">Esta tem foco,</div><div style="text-align: center;">Luta por aquilo que é justo e possível,</div><div style="text-align: center;">Não se desgasta.</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Aquela preocupava-se com a opinião de todos</div><div style="text-align: center;">E sofria</div><div style="text-align: center;">Essa preocupava-se com a opinião de alguns</div><div style="text-align: center;">E sorria</div><div style="text-align: center;">Esta preocupa-se com si própria</div><div style="text-align: center;">E vive</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Eu não sou mais aquela,</div><div style="text-align: center;">Não sou nem essa.</div><div style="text-align: center;">Eu sou esta e</div><div style="text-align: center;">Que não estiver disposto,</div><div style="text-align: center;">Não me conhecerá mais.</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Não mais.</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-55837009058226226042021-10-30T10:01:00.002-03:002021-10-30T10:01:47.331-03:00Domingo com o livro azul<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGzNs07aqQ45oXAmsmKyOMxxSToSv41cVSvXHqAibItHtn4nHkJfGrlcB7CwJXyBgF2mLSdukv0TMr5Qbx4hyFDDkSXwgyP3NY4ElliY5wDJWfxzBiDmFCBS2uJFZhc4NTn9fT/s1600/WhatsApp+Image+2021-10-30+at+09.57.10.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGzNs07aqQ45oXAmsmKyOMxxSToSv41cVSvXHqAibItHtn4nHkJfGrlcB7CwJXyBgF2mLSdukv0TMr5Qbx4hyFDDkSXwgyP3NY4ElliY5wDJWfxzBiDmFCBS2uJFZhc4NTn9fT/s320/WhatsApp+Image+2021-10-30+at+09.57.10.jpeg" width="320" /></a></div> Já era um hábito. Domingo de tarde era o seu momento de leitura. Sentava em seu sofá com uma mantinha, porque depois de uma certa idade sempre se sente um friozinho, e lia o livro escolhido.<p></p><p>Mas aquele domingo tinha algo diferente. Não sabia se era o calorzinho que dispensava a manta ou tantos pássaros cantando lá fora ou a simples coincidência de o céu e a capa do livro terem o mesmo tom de azul. Naquele domingo, a leitura estava sendo exigente e não queria acontecer ali no canto do sofá.</p><p>Quando a leitura exige, a gente obedece! Foi-se para a praça. Sem preguiça, sem desculpas. Eram apenas algumas quadras de casa. Encontrou um banco bem posicionado em uma sombra, sem vento e longe dos balanços.</p><p>O livro de capa azul estava além da metade. Aquele momento que estamos loucos para saber o final, mas, ao mesmo tempo, não queremos que acabe. Naquele momento em que é impossível tirar os olhos das páginas. Mas algo estava desconfortável. Não era o banco, nem o barulho dos balanços, nem a temperatura. Era um pensamento. Será que alguém reparou que eu tô aqui sozinho? Será que estão com pena de mim? Um velho sozinho em uma praça com um livro é uma cena meio triste, não?</p><p>Fazer o quê? Voltar? Parar de ler? Não! Como na maioria das vezes, o livro é um escape e ele escapou para aquelas páginas de capa azul e parou de pensar no desconforto.</p><p>Eu estava sentada no chão em uma colcha de retalhos. Preocupada se alguém estava reparando nas dobrinhas da minha barriga acentuadas pela posição "indiozinho". Pensei que deveria ter levado uma cadeira ou não ter colocado aquela blusa azul que já estava ficando justa.</p><p>Azar! Quem não tem dobrinhas na barriga?! Tentei me concentrar novamente no livro que estava lendo, mas percebi que, do outro lado da praça, tinha um senhor lendo um livro de capa azul, azul igual à minha blusa e ao céu.</p><p>Daí sim a concentração foi embora. Queria ler o título do livro, mas não dava pa<br />ra ver. Quem lê em público deve deixar o título à mostra para os curiosos! Queria saber que livro era. Será que eu já li? Podíamos trocar opiniões sobre o livro, falar sobre a escritora e trocar dicas de leitura.</p><p>Eu e minhas dobrinhas na barriga nem nos mexemos do lugar. Aquele senhor não queria ser incomodado, por isso estava ali sozinho. Quer dizer, sozinho não, estava com um livro. O que ele iria pensar de mim? Pobrezinha! Não tem ninguém para conversar e vem atrapalhar a minha leitura.</p><p>Fiquei na minha colcha de retalhos e ele no banco. Dividimos apenas a blusa, o livro e o céu do mesmo tom de azul.</p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-74446029112342126152021-10-24T19:03:00.000-03:002021-10-30T10:16:20.066-03:00Eu já não gostei de dias de chuva.<p> <span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqwTwDjMPzq7otMK67BzasoNsdo0I3x0SMLEB9FsU3jwdwU0OzB0HZ_ihh8btF7m6cYNqQanLWWDPXlF4gANivGCjgbEUo6yApA6ZrnC-I9n1uUq3oa54NSwdg0frz1EDq9q76/s791/WhatsApp+Image+2021-10-24+at+19.01.17.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="791" data-original-width="713" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqwTwDjMPzq7otMK67BzasoNsdo0I3x0SMLEB9FsU3jwdwU0OzB0HZ_ihh8btF7m6cYNqQanLWWDPXlF4gANivGCjgbEUo6yApA6ZrnC-I9n1uUq3oa54NSwdg0frz1EDq9q76/s320/WhatsApp+Image+2021-10-24+at+19.01.17.jpeg" width="288" /></a></div><br />Eu já não gostei de dias de chuva. Nem de domingos no final da tarde. <p></p><p><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Eu já tive a sensação de que estava perdendo algo. Até que percebi que esse algo estava em mim e que os fins de tarde trazem o começo de uma noite adorável. </span></p><p><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Eu percebi que o problema eram as nuvens dentro de mim. Desde então, chuvas, fins de tarde e domingos se transformaram em momentos comigo mesma. </span></p><p><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Hoje eu gosto de mim.</span></p>Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-55132223626117736782018-03-03T22:09:00.000-03:002018-03-03T22:09:11.003-03:00Leituras 2017Agora que eu estou no século XXI e tenho internet em casa, tentarei me redimir com meu querido blog e atualiza-lo mais vezes. Para retomar esse cantinho que gosto tanto, escrevo aqui os livros que li durante o ano de 2017.<br />
Foi um ano truncado para leituras, comecei muitos livros mas acabei abandonando antes da página 50. Esses foram os que me conquistaram de verdade.<br />
<br />
- O órfão de Hitler (Paul Dowswell)<br />
Li em algumas horas. Leitura fácil e interessante.<br />
<br />
- Os treze porquês (Jay Asher)<br />
Uma ideia incrível escrita por um adolescente. Com todo respeito ao autor, a história merecia alguém bem mais maduro na profissão.<br />
<br />
- A livraria mágica de Paris ( Nina George)<br />
Tipo de livro que a gente fica evitando terminar porque deixa uma saudade incrível. Um dono de livraria que indica os livros de acordo com os problemas de saúde dos clientes. Querido!<br />
<br />
- Duas narrativas fantásticas ( Fiódor Dostoiévski)<br />
Tentei ler um russo. Li... mas não gostei não :( Prefiro o fantástico dos latino-americanos.<br />
<br />
- A menina que não sabia ler (John Harding)<br />
História do tipo "bããããããi". Deixa a gente com um baita medo de espelhos.<br />
<br />
- Travessuras da menina má (Mario Vargas Llosa)<br />
Mel dels! Que história é essa?! Que mulher é essa?! Passamos o livro todo esperando pelo próximo encontro.<br />
<br />
- Se o passado não tivesse asas ( Pepetela)<br />
Livro ótimo. Descrições ótima. Uma dor no coração. Mas... ninguém merece aquele fim :/<br />
<br />
- A tenda vermelha (Anita Diamant)<br />
Um romance "baseado" numa história da bíblia. Apesar disso, adorei o livro. A série do Netflix não faz jus ao livro.<br />
<br />
- Amor para corajosos (Luiz Felipe Pondé)<br />
Meu primeiro contato com o autor. Nas minhas anotações escrevi apensar "corajoso". Muitas verdades sobre o amor nos nossos tempos.<br />
<br />
- Os meninos que enganavam nazistas (Joseph Joffo)<br />
Uma história real muito dinâmica. A leitura fica ainda mais interessante se tiver um mapa da França junto. O posfácio é imenso e desnecessário.Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-50539231077191631872016-01-24T12:45:00.000-02:002016-01-24T12:45:29.188-02:00Sobre alunos e futuros<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todos sabem que eu chego a ser
chata de tanto que falo nos meus alunos e como sempre tenho tanto orgulho
deles. Em quase 12 anos de Olindo muitos alunos maravilhosos passaram pela
minha vida e continuam me orgulhando com suas conquistas de vida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Entre tantos, uma aluna não foi
minha aluna, foi minha professora. A Vitória já era no 2° ano a mulher madura
que talvez eu possa ser aos 50 anos. Ela me ensinou a me preocupar com o
próximo, a manter minha personalidade sem se preocupar com os outros, a
respeitar quem é diferente de mim, a saber que não preciso ser pedante por
causa do meu conhecimento e me apresentou um livro maravilhoso: “Admirável
mundo novo”, do Aldous Huxley.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando ela me indicou essa
leitura, eu, vergonhosamente, nunca nem tinha ouvido falar do livro. Pois
então, eu li o que minha “aluna-professora” sugeriu e aprendi mais coisas
ainda.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ontem de noite terminei de reler
(eu e duas grandes colegas vamos organizar um projeto para a escola sobre esse
livro). Como sempre acontece ao reler um livro, “Admirável mundo novo” ficou
mais admirável, mas menos surpreendente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tantas coisas tão parecidas com o
nosso mundo que é quase inacreditável que foi escrito em 1932.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em 1932, ele já preveu a nossa
necessidade de mostrar tudo o que fazemos no facebook e no instagram. Como a
privacidade perderia importância e como seria difícil gostar de viver sozinhos,
com a gente mesmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em 1932, o “mundo novo” seria
todo elaborado artificialmente, incluindo as pessoas que “nasceriam” de um tubo
de ensaio e não de mães. A ideia de lar não existiria mais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em 1932, imaginava-se que no
futuro admirável cada um seria de todos e sair com a mesma pessoa por mais de
três semanas iria contra as regras da sociedade. O consumo seria algo
obrigatório e nada deveria ser concertado. Se não funciona, joga-se fora e
compra-se outro novinho em folha.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em 1932, pensou-se que numa
sociedade perfeita, os livros e a arte apenas estragariam a felicidade e o
conforto das pessoas. Aliás, quem “perde tempo” lendo um livro não consome e
isso seria terrível para as engrenagens da civilização.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Correndo o risco de ser
pessimista, muitos aspectos parecem com o nosso momento. Os mais leves e fáceis
de serem revertidos, admito, mas mesmo assim me preocupo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Durante a leitura me choquei de
verdade com um trecho e comentei com a minha parceira de projeto. Como
comentário ela me devolveu uma pergunta: “Será que nosso futuro vai ser
assim?”. Eu respondi que para não ter esse questionável admirável mundo novo
nós temos que, como professoras, ajudar a formas seres humanos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E lembrando da Vitória e de
outros tantos alunos maravilhosos (Rafaéis, Jessicas, Danieles, Tássias,
Douglas, Cabrais, Camilas, Patricks, Ângelas, Ketlins, Laíses, Guilhermes,
Geovanas, Amandas, Anas, Caróis, Brians, Natalias, Leandors, etc) tenho certeza
que nosso futuro será muito diferente do livro. Confio em vocês. <o:p></o:p></div>
Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-23123694054001110702016-01-08T12:14:00.001-02:002016-01-08T12:14:44.276-02:00Leituras 2015<div class="MsoNormal">
<b>- “A garota que você deixou para trás” (Jojo Moyes)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Um livro delicado bem romantiquinho, mas com ótimas
informações sobre a Segunda Guerra Mundial e suas consequências.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “Eu só queria ser uma mulher normal” (Débora Rubin)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Engraçado. Só serviu pra eu descobrir que talvez eu nunca
seja uma mulher normal.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “Quem é você, Alasca?” (John Green)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Muito bom!!! Até tirou meu trauma do “Teorema Katherine”.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “O menino da mala” (Lene Kaaberbole e Agnete Friis)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Uma história que mistura de tudo um pouco. Bem instigante,
daquelas que a gente quer ler mais rápido do que consegue pra saber logo o que
vai acontecer.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “Não se desespere” (Mario Sergio Cortella)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Cortella, não precisa de explicações.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “Como ser uma parisiense em qualquer lugar do mundo” (
Sophie Mas, Audrey Diwan, Caroline de Maigret e Anne Berest)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Sou uma parisiense da Vila Maria. Muita coisa que eu penso e
que descobri que não preciso ter vergonha, porque mais mulheres pensam assim.
Muito muito muito bom e divertido.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “Diários de Adão e Eva” (Mark Twain)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Muito divertido. Uma história fácil e gostosa de ler, mas no
final eu me perdi um pouco.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “Cidades de papel” (John Green)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Manual para estragar uma história maravilhosa nas 10 últimas
páginas.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “Os cretinos não mandam flores” (La Moderna)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Quadrinhos para mulheres. Eu já conheci todos os tipos de
cretinos descritos no livro. Muito engraçado porque todas nós já vivemos pelo
menos metade das situações.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “Sono” (Haruki Murakami)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>O livro na verdade é sobre insônia. Uma história envolvente
muito bem escrita e a edição que comprei é linda. Dá gosto de ler.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “Um mais um” (Jojo Moyes)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Mais um livro muito bom dela. História de uma mãe guerreira
que faz de tudo pelos filhos. Engraçado, interessante, com toque de romance.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “Pequenas grandes mentiras” (Liane Moriarty)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Uma história de suspense e assassinato pintada de rosa.
Pais, mães, vizinhos, fofocas e a vida com seu lado engraçado mesmo dentro de
um mistério envolvendo morte.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “Sejamos todos feministas” (Chimamanda Ngozi Adichie)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Meu primeiro passo pra saber um pouquinho mais sobre esse
assunto. Adaptação de um discurso dela. Clara, direta e boa de ler.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “1889” (Laurentino Gomes)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>O último dos três livros que nos mostram como nosso país não
mudou nada, nadinha, nadica.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “O segredo do meu marido” (Liane Moriarty)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Muuuuuuuuuuuuuuuito bom. Segredos de família que envolvem a
família dos outros e que envolvem a todos. Suspense leve, mistério leve,
comédia leve que resultam num sucesso peso pesado.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>- “O leitor do trem das 6h27” (Jean-Paul Didierlaurent)<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>A gente pega um livro que não parece nada e quando termina a
gente sente saudade dos personagens. Baita livro com um personagem
despretensioso que se torna nosso amigo.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>Obs: Reli
“Fahrenheit 451” ( Ray Bradbury)<o:p></o:p></b></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<b>Como é bom reler um livro. A gente descobre coisas que antes
pareciam não estar lá. Uma história sobre uma das minhas paixões: o livro.
Lendo tenho certeza do poder de mudança que eles tem.</b><o:p></o:p></div>
Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-13728667331405051052015-11-16T00:23:00.004-02:002021-11-09T08:34:34.156-03:00#somostodosapenasnósmesmos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2mJI-IHZ2beRd9VVsKeavQSEirRNWA4-Djvo4JMCbBDicSLwUeEX01wPzMP2-pOE54F7vIRDC7gqq_dy13lKgHBJ9oQNmYzlYo0oGAzp6GwkraAZOl9Q7egCDgU8kgjYC1DZc/s1600/hashtag.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="111" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2mJI-IHZ2beRd9VVsKeavQSEirRNWA4-Djvo4JMCbBDicSLwUeEX01wPzMP2-pOE54F7vIRDC7gqq_dy13lKgHBJ9oQNmYzlYo0oGAzp6GwkraAZOl9Q7egCDgU8kgjYC1DZc/s200/hashtag.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">#eunãosoumaju<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><span style="font-size: large;"> </span></o:p><span style="font-size: large;">Porque eu nunca vou conseguir entender o que é receber
ofensas absurdas e gratuitas por causa da cor da minha pele ou do tipo do meu
cabelo. Eu nunca vou ser capaz de mensurar como deve ser difícil ultrapassar olhares
e julgamentos falsamente livres de preconceito. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">#eunãosouminasgerais<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Porque eu nunca perdi minha casa ou as lutas e lembranças de
uma vida inteira. Não imagino como deve ser o desespero de perder pessoas amadas,
coisas materiais e lembranças sentimentais em meio à lama.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">#eunãosoufrança<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Porque eu nunca estive no meio de um tiroteio ou de
explosões de bombas, apesar da guerra civil mascarada em que vivemos no Brasil.
Eu não sei o que é fazer parte de um grupo radical ou não, político ou não,
religioso ou não.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">#eusousóeu<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">Eu só consigo ser eu mesma. Posso tentar imaginar as dores e
os sofrimentos que se espalham pelo mundo, mas eu sou apenas as dores que eu
mesma senti. Eu não me encaixo em nenhuma # porque os tijolinhos que me
construíram foram exclusivos, assim como são todos que constroem cada ser
humano desse planeta. Eu não meço sofrimento, cansaço, alegria, sucesso,
realização. Eu só conheço os meus e são eles que me fazem seguir a vida no meu
caminho. Nesse caminho eu respeito todos que passam por mim, às vezes não
controlando um ou outro julgamento, mas quando eu caio nessa armadilha, falo em
voz alta uma frase que é quase meu lema: “e estamos todos certos”. Todos temos
opiniões e existe espaço para todas elas. O caminho tem que ser o respeito e a
empatia. O caminho é voltar para a estrada da humanidade.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: large;">#somostodossereshumanos?</span><o:p></o:p></div>
Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-20993118.post-35669315531672731462015-06-04T19:27:00.002-03:002015-06-04T19:27:45.993-03:00Muro das Lamentações<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<img height="211" src="http://lucianoamil.com/blog/wp-content/uploads/2014/04/muro-das-lamentacoes-f.png" width="320" /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue;"><b>De acordo com meu pouco conhecimento e a Wikipédia, o Muro
das Lamentações fica em Israel e é um vestígio do Templo de Herodes. Nele os
judeus oram e depositam seus desejos por escrito. Já vi algumas cenas na TV de
pessoas orando com a testa encostada no muro, falando baixinho ou apenas
mentalizando seus pedidos e agradecimentos.</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue;"><b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue;"><b>Às vezes sinto falta de crer realmente em algo ou alguém. De
ter um lugar para ir “desabafar” meu coração e agradecer o que tenho. Na
verdade sempre agradeço pelos meus dias antes de dormir, mas não sei a quem ou
a que me dirijo. Admiro essas pessoas que tem um lugar como o Muro das Lamentações para recorrer. Talvez para elas, aquilo simbolize um apoio, uma esperança, uma força para encarar os momentos difíceis da vida.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue;"><b>Mas (porque se não tivesse um mas o texto terminaria aqui) um grande número de pessoas encontrou um outro lugar para se lamentar e de uma maneira bem menos discreta: Facebook. As pessoas digitam com letras maiúsculas gritantes seus problemas e mazelas, depositando seus desejos e reclamações por escrito para que todos possam ler.</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue;"><b>Talvez isso não seria um problema se não estivéssemos passando por um período gravíssimo de vitimização. As pessoas estão cada vez mais coitadas, descruzando os braços apenas para digitar publicações no Face. Tem pessoas que chegam ao extremo de acharem que o mundo inteiro está errado e só elas estão certas. Daí vão para o Facebook e preenchem linhas e linhas com frases prontas e ditados populares, dizendo como são vítimas de tudo e de todos. Não assumem suas vidas e escolhas e nem se dispõem a mudar a situação que estão, as suas atitudes nem o mundo em que vivem.</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue;"><b>Caberia uma reflexão: talvez o primeiro passo para o fim da vitimização e para o começo de uma mudança seja tirar os dedos do teclado e os olhos do Face e colocar a "mão na massa" e os olhos na vida real. TALVEZ encostar a cabeça numa parede e falar baixinho consigo mesmo chegue mais rápido ao cérebro e à consciência.</b></span></div>
Carolhttp://www.blogger.com/profile/03737563726132545090noreply@blogger.com0